quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Então é natal!

Música de fundo: Jingle Bells

Final de ano chegando e o clima de Natal está presente nas ruas.

Todos saem de casa, o trânsito fica infernal, os shoppings lotados (principalmente o do lado da minha casa), crianças chorando no colo do papai noel, supermercado, nem pensar, aquelas musiquinhas chatas pra caraca, cheiro de bacalhau por todos os lados, e, pra variar, uma chuva dos infernos que se intercala com um calor do cão.

Meus 5,2 leitores devem estar pensando que eu odeio esta época do ano. Mas estão enganados, eu adoro! Sou povão mesmo e gosto de me misturar. Mas todo ano me irrito com a mesma coisa: o pisca-pisca!

Domingo passado foi dia de decorar a varanda da minha casa de Friburgo com essas lâmpadas lindas. Na boa, isso merece entrar para aquela famosa lista do "quem inventou?", que sempre faço no meu blog.

Meus amigos,
que porre é instalar essa porcaria de pisca-pisca. É um emaranhado de fio que ninguém consegue desembolar. Fora isso, as lâmpadas quebram por qualquer coisa e, com isso, uma parte delas ficam sem funcionar. Depois elas resolvem queimar. Meu pai tadinho, levou um choque daqueles tentanto recuperar um pisca-pisca queimado. Saiu correndo e gritanto e ainda ficou com a mão roxa do choque. Foi a única cena engraçada dessa aventura.

Na boa, quando minha mãe veio com esse papo senti que as coisas não dariam certo. Pra ela é fácil. Difícil é para os homens da casa (meu pai e eu, no caso) que ficamos com escada pra lá, fita isolante pra cá, bartante acolá, enrola aqui, até que fez-se a luz. Lindo!!

Lindo, mas dá um trabalhooo ...
Quem deve ter inventado isso é quem trabalha nessas companhias de eletricidade, porque fora o trabalho, gasta luz pra caramba.

Resultado da maratona: na segunda estava todo doído. Parecia aqueles dias que musculação que você não está acostumado. Então, acho que é a idade chegando. E está mesmo, meu aniversário é sábado. Depois disso, QUE VENHA O NATAL!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Engov's depois ... voltei

Salve, salve malandragem.
Depois de uns dias de recesso e ressaca estou na ativa.
Estou tendo um problema sério.
Toda vez que bebo fico de ressaca. Não sei porque. Antigamente não era assim. Talvez estaja ficando velho. Ou talvez esteja bebendo mais. Quem explica?

Mas o motivo deste texto é o Engov.
No último post, minha amiga Renatinha comentou que deveria tomar um comprimido e voltar a escrever. Logo me veio a cabeça o método anti-ressaca do Engov.

Segundo a bula, para o Santo comprimido funcionar, o bom bebum deve tomar um comprimido antes de beber e outro no final da bebedeira.
Tudo certo? Claro que não!!!

Qual é o bêbado que lembra de tomar um remédio depois que já torto e querendo entornar mais.
Só lembramos da dose do Engov depois no dia seguinte, quando vem a ressaca.

Um certo dia, ainda nas choppadas da faculdade me propus a tomar o Engov de depois de qualquer forma. Resultado: overdose de Engov. Já explico.
Comprei um cartelinha que vem com quatro. (Um absurdo! Se a dose é 2, por que só vendem com 4). Bem, antes de começar a choppada tomei um junto com a cerveja pra abrir o apetite.

Lá foram 3 horas de choppada e já torto. Pensei: "Vou ficar muito ruim hoje, melhor tomar outro Engov para garantir". Lá se foi o segundo.

Quando a choppada acabou, fomos para o bar em frente à Puc. Lá pensei: "vou terminar por aqui". Então era a hora de tomar o Engov depois. Tomei com um copo de cerveja para fechar a noite. Mas para o meu azar resolvemos esticar até o depósito de cerveja, mais abaixo. E lá ficamos por mais horas. Merda! O Engov depois tinha virado o Engov do meio.

Bem, saindo do depósito ainda sobrava resistente em meu bolso o último e salvador comprimido. Enfiei goela abaixo e vamos.
Vamos? Que nada ... meus amigos me arrastaram para o Baixo Gávea. E mais um Engov jogado fora, quer dizer, jogado dentro.

Se os comprimidos fizeram efeito ou não, não me lembro. Mas acho que me deram onda porque cheguei em casa tortinho.
No dia seguinte: a ressaca como sempre!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Divirta-se sem moderação

Sem comentários e sem condições de postar.
Só preciso dizer uma coisa: preciso parar de acreditar nas minhas mentiras.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Andanças


Era para ser uma terça como outra qualquer ... ledo engano!

Tudo começou quando um narigudo propôs ao cabeçudo e ao barrigudo um show de samba 'di grátis', no Centro Cultural Carioca (CCC). E não sei porque, mas não foi difícil convecê-los.
Com uma condição: voltar cedo e não encher a cara, pois no dia seguinte teriam um festão! Só pra curtir o show, afinal o grupo era muito bom
Como falei no último post, existem pessoas que acreditam em suas próprias mentiras. Pior é quando isso acontece coletivamente. Aí o grupo está perdido ou bêbado, depende do grupo que estamos tratando. Neste caso, pode ter certeza: sempre terminam bêbados! (também não sei porque)

Bem, foi a partir daí que começou a peregrinação.
Os três (nariz, cabeça e barriga) rumaram do trabalho para o show debaixo de chuva. O espetáculo devia valer mesmo a pena (e vale ... era a gravação do CD do "Sururu na roda", quem não conhece o grupo vale a pena ouvir o trabalho).
Da Cinelândia à Praça Tiradentes foi rápido, tão rápido que o trio chegou antes do CCC abrir as portas. O jeito? Adivinhem ... parar em um bar próximo e abrir a noite.
Resultado: seis garrafas.

Enfim, foram ao show. Samba, calor, boa companhia e ... cerveja gelada. Não iam beber, mas quem estava no palco dando uma canja era o Zeca Pagodinho. E olhar pra cara daquele malandro já dá vontade de beber! Ainda mais se ele errar a própria música quatro vezes e nos intervalos ficar bebendo na sua frente. Aí só cerva mesmo para agüentar.
Resultado: dezesseis latinhas.

Os três patetas encontram um compositor e trocaram altas idéias sobre música, dinheiro, famosos e bebedeiras. Era o compositor da música "Mulheres", imortalizada por Martinho da Vila e que dá dinheiro ao maluco até hoje.

Mas a noite deles não iria acabar por aí.
Segundo o nariz, sambista que é sambista, boêmio que é boêmio, termina a noite no Capela, na Lapa. Reduto de jornalistas e intelectuais bebâdos no fim da noitada que enchem o saco do garçom mais gente fina do mundo, o Cícero.

Então, sem noção de tempo e espaço partiram da Praça Tiradentes para Lapa andando, porque na lógica deste mini corpo humano em grande proprorções, qualquer dois reais é uma cerveja.

Lá voltaram a encontrar metade das pessoas que estavam no show. É nariz tinha razão, lá é o reduto dos guerreiros. Depois de muita conversa com um gordo que defendia que maconha não é droga, resolveram partir, pois o dinheiro começava entrar em extinção.

Resultado: só três chopps pra cada um.

Antes dos próximos passos, um importante pit-stop no fast-food mais famoso e barato da Lapa: a kombi da tia. Os preços atraem. Cachorro-quente R$1 e X-tudo R$2. Mas o banheiro no dia seguinte ...

Depois de alimentados qual seria o destino? Casa é claro, mas antes ... uma caminhada até a Praça XV.
É Praça XV você não leu errado. E de madrugada.

Tinham que levar o nariz até as barcas, afinal ele morava em niterói e malandro que é malandro não deixa ninguém na mão.

Entre bêbados, mendigos, bolas de aniversário e a cinelândia vazia (que parece Paris, rs) andava o microcorpo embreagado.

Nariz abandona o trio no meio do caminho pois descola um ônibus e deixa barriga e cabeça na pista com quatro reais. Solução ir até ao destino final e tentar um ônibus. No mergulhão da Praça XV nenhuma alma passava para acompanhar os dois. Nem os ratos e baratas deram as caras. Depois de um tempo surge um ônibus salvador e nem pensaram duas vezes. Pularam dentro. Não podiam pegar outro, nem soltar para mijar. Era só ir em frente.

A cabeça saiu antes, mas longe de casa, e seguiu seu caminho em zigue-zague. Barriga continuou o caminho e chegou ao lar doce lar. Enquanto isso, nariz esperava por outro ônibus em niterói. O corpo se desmembrou e em conjunto só restou a ressaca do dia seguinte, que seria curada com outro porre.

Depois dessa andança pergunto: quem disse que beber engorda?


É devagar, é devagar, devagarzinho


É meus nobres ...
muitas coisas ao mesmo tempo e tá difícil postar as cenas dos próximos capítulos.
Pra adiantar, a novela fez tanto sucesso que temos capítulos extras. rs
Hoje num sou ninguém ... num há quase alma nesse corpo, mas prometo que coloco as novidades no ar já, já.

Mas antes não poderia deixar de prestar homenagem ao samba, meu estilo musical favorito e que arrasta multidões pela rua.
Ontem, no dia internacional do samba, não foi diferente.
Milhares de pessoas se reuniram para homenagear o ritmo.
E eu, lógico, estava lá.
Depois vou colocar um texto especial, contando o que aprontamos em Oswlado Cruz. E até a soneca no trem.
Enquanto isso, vale dar uma passado no blog do Daniel no O Dia online. O link tá aí do lado, "Samba de rede". Ele foi um dos malucos que estava no meu grupo lá na praça da Portelinha (não a da novela). Ele fez um belo texto que explica o que vivemos ontem.

Enquanto isso ...
Ao mais brasileiro dos ritmos, ao mais povão deles, ao mais contagiante, ao rei do terreiro: minha homenagem.

"Eu sou o samba
A voz do morro sou eu mesmo sim senhor
Quero mostrar ao mundo que tenho valor
Eu sou o rei do terreiro
Eu sou o samba
Sou natural daqui do Rio de Janeiro
Sou eu quem levo a alegria
Para milhões de corações brasileiros
Salve o samba, queremos samba
Quem está pedindo é a voz do povo de um país
Salve o samba, queremos samba
Essa melodia de um Brasil feliz"
*Zé Ketti
- P.S.: Devagarzinho ou devagarinho? Eis a questão!

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Eu acredito nas minhas mentiras


Existem algumas mentiras que sempre contamos. É inevitável e garante a paz entre os homens.
Levante o dedo quem nunca passou por algumas dessas situações que vou descrever.

Hipótese 1
Você está muito atrasado para algum compromisso e alguém te liga. Respota:
- Tô chegando. Só mais cinco minutinhos.
Primeiro que não existem minutinhos ou minutões. Todos os minutos (infelizmente) possuem sessenta segundos.
E outra, você quer enganar a quem cara-pálida? Vai demorar pra caralho e está enrolando.

Hipótese 2
Seu chefe pergunta:
- Ligou pra fulano?
Resposta óbvia:
- Liguei, mas tá ocupado.
Na boa, essa é clássica pra disfarçar que você esqueceu.

Hipótese 3
Ainda no ambiente no trabalho...
Seu patrão:
- Fez o que te pedi?
Reposta rápida:
- Tô quase terminando.
Logo depois, corre pro computador mais próximo e se desespera pra começar o maldito relatório.

Hipótese 4
Alguém pergunta se você mandou um tal e-mail?
Lógico que você esqueceu ... e o que responde na maior cara-de-pau:
- Sim, você não recebeu? Nossa devo ter digitado algo errado.
Ou então, mandei, mas voltou.
Ou pior: caraca, tô sem net! Acredita. A embratel é foda!

Hipótese 5
Chega em casa torto às 6h da manhã e sua mãe pergunta que horas você chegou.
- Às 3h, por aí.
Ou a pergunta se que a minha sempre faz:
- Ficou bêbado?
- Nem bebi. Só um copinho. rs


Por que estou explanando isso?
Porque todos já sabem e porque estou preocupado comigo, meus amigos.
Algumas das mentiras que eu conto, até eu mesmo acredito.
Acho que tô ficando doido. Se contasse isso pra uma psicóloga com certeza ela diria que é um tipo de psicose ou neurose.
Mas logo me defendo. Não são todas as mentiras, é apenas uma que ando sempre acreditando.
A famosa: VOU SAIR, MAS VOU BEBER POUCO!
Cara, eu vou com isso na cabeça, mas é difícil. Não que seja alcóolatra. É como dizem: "quando bebo me transformo em alguém que bebe muito". rs
Pra quem não me conhece, fiquei três meses sem beber e agora que voltei. Se fosse bebum acho q não consegueria. Nem tremi e meu perfume permanece intacto. rs

Sério. Isso aconteceu comigo na terça. Fui a um show e tava cansado, não queria beber, etc ...
Entretanto um bom papo, um bom samba e boas companhias não te deixam sóbrio.
Como diria o sábio, "nunca fiz amigos na leiteria".
Esqueça ... esse negócio de tomar 1 chopp não existe. Se é pra beber, não me interrompa.

Resultado dessa terça sem lei, você vão conferir no próximo post.
E o pior, a quarta também foi sem lei. Ou seja, muita história pra contar. Acompanhe aqui no blog as cenas dos próximos capítulos.
Resultado das bebedeiras: três dias de descanso pro fígado. Agora só no domingo, no trem do samba. Uma boa dica para os meus 4,5 leitores curtirem o final de semana.

Na cabeça

"Cada vez que respiramos, afastamos a morte que nos ameaça.
No final, ela vence, pois desde o nascimento esse é o nosso destino
e ela brinca um pouco com sua presa antes de comê-la.
Mas continuamos vivendo com grande interesse e inquietação pelo maior tempo possível,
da mesma forma que sopramos uma bola de sabão até ficar bem grande,
embora tenhamos absoluta certeza de que vai estourar"

Schopenhauer.
Suas idéias estariam em minha cabeceira, se eu tivesse mesa de cabeceira pra botar meus livros.
Estão por aí, no metrô ou antes de dormir.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Esse eu indico

Num sei se meus poucos leitores conhecem ou tiveram curiosidade de entrar no blog de Alberto Montt (que indico ao lado, nos meus favoritos).
O cara é muito bom, e vou dar um espaço para ele aqui hoje. Aí estão dois cartoons que adoro.
Vale a pena uma visitinha "en dosis diarias".

Legenda: Consequências secundárias do buraco na camada de ozônio

Legenda: Pinóquio descobriu que Gepetto esqueceu de algo muito importante

domingo, 25 de novembro de 2007

Quem inventou? - Parte II

Lógico que a série do "Quem inventou" não poderia parar por ali ...

Na boa, quem foi o retardado que fez o potinho do exame de fezes?
Tudo bem, tenho que admitir que o exame previne doenças e coisa e tal. Mas precisava daquele copinho? Além de ser difícil e arriscado, é nojento.
Várias pessoas já inventaram técnicas de como colher o material, mas nenhuma se mostrou eficiente.
Outro dia estava refletindo com a Nanda sobre essa ginástica para cagar no buraco certo e ela me contou uma coisa terrível: existe um exame que você deve recolher amostras durante três dias. Que merda! (literalmente... rs)
Esse ainda não fiz (ainda bem). A primeira coisa que pensei foi no cheiro, mas a Fernanda logo me acalmou, falando que tem um líquido que não deixa feder (quem inventou isso também?). Mas a pior parte ainda estava por vir ... Tem que guardar o potinho na geladeira!! Aí não comento para não dar náusea e afugentar meus poucos leitores.
Vamos à outra invenção infeliz!
Quem foi o babaca que inventou a calculadora com aquele barulhinho irritante?
Hoje, chego sonolento ao trabalho e a secretária faz contas (que disposição)
Pi pi pra lá, pipipi pra cá, pipipipipi acolá e um raiva subia.
Até sair de meu corpo um sonoro: "Bota no mute, por favor?"
Agora, alguém pode me explicar qual o real motivo desse som?
Se tiver algum, esse imbecil não poderia ter colocado um barulho legal?

Quem inventou aquela tomada que tem um biquinho mais grosso e num entra em nenhum lugar.
(Aliás qual é mesmo o nome do lugar em que a gente enfia a tomada? É tomada também?)

Quem inventou o ferro de passar?
Se ninguém tivesse inventado íamos todos andar amassados normalmente e ia acabar com a metade dos problemas do meu vestuário.

Quem inventou as impressoras?
Na moral, foi algum inventor meia-bomba.
vc já viu alguma impressora funcionar bem?
Todas empacam e dão um série de problemas.
Tenho uma tese também para esse caso. Acho que elas tem vida própria e um dia irão se levantar contra os humanos. Elas estão quietas até agora porque estão lendo todos os nossos documentos e quando não imprimem um arquivo, na verdade, é uma censura! Cuidado ... se vc tem uma impressora no seu quarto ela pode te pegar de madrugada. São piores do que o boneco do Fofão com faca dentro e o Chucky.

Ainda tenho uma série de inventos que poderia botar na roda, mas esses são os que mais me dão dor de cabeça hoje em dia.
E vc? Sabe quem inventou essas merdas? Se souber deixe um comentário para acertar as contas com os mal-amados depois. Se quiser expor aqui o que te irrita, fique à vontade.







sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Eu voltei!


Não ... não foi porque o Vasco perdeu que eu parei de escrever.
Afinal, se fosse por isso ficaria um bom tempo sem dar as caras, pois meu time tá uma vergonha.
Sei que muitos rezaram e choraram a ausência do meu blog. Fizeram até homenagens no feriado de finados. Mas para a felicidade dos meus poucos leitores, ESTOU DE VOLTA!

Não vou prometer que postarei sempre, pois seria mais umas das promessas não cumpridas. Assim como beber menos, juntar dinheiro, começar a malhar, entre outras coisas.
Mas tentarei estar sempre presente no dia-a-dia de vocês

Desculpem, mas hoje serei breve. Uma ressaca daquelas tremendas toma conta do meu ser.
(viu, mas uma promessa não cumprida. Resultado.... Contini, cachaça e cerveja = pé na jaca)

Pra hoje tenho uma série de perguntas do quem inventou.

Quem inventou a ressaca?
Puta merda. Ia ser perfeito se beber não desse ressaca, barriga e cirrose.
Acho que o mundo ia ser muito mais feliz. Não exisitiria guerra, iríamos eleger para presidente o melhor tirador de chopp e o Brasil seria um grande botequim. (Mas já não, é? Vide o nosso
presidente)

Mas o pior não é a ressaca. O pior é ter que trabalhar de ressaca.
Daí pergunto: quem inventou a frase "O trabalho enobrece o homem".
Digam-me que vou ao inferno quebrar a cara do viado.
No inferno, porque um sujeito que me diz isso não merece uma vaga no céu.

Na verdade eu tenho uma tese.
Minha tese é que o cara falou: "O trabalho enlouquece o homem".
Daí algum coleguinha jornalista apurou mal e deu nessa merda!
Temos já que dar uma errata e publicar em todos os jornais e em nossas vidas.

Sim, mas como pra beber preciso de dinheiro. E para ter dinheiro precisa trabalhar... Estou aqui, com a cabeça maior do que a habitual e cheio de dores.

Merda! QUEM INVENTOU?

P.S.:Dedico esse post à Fernanda e à Ana, que acolheram e cuidaram de um pobre bêbado nas noites de Niterói. Também ao Alaor, que mesmo sem saber me emprestou uma camisa para trabalhar. E lógico à Taís, à Mariana e ao Fabinho, que encheram o pote comigo e compartilharam boas gargalhadas.

Até mais

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Em tempo ...

O Maraca que me espere.
Hoje estarei no templo do futebol outra vez.
Vou ver a outra seleção jogar.
Dá-lhe Vasco!

"Vou torcer pro Vasco ser campeão
São Januário, meu caldeirão!"

Só faltou a cerva


Quarta-feira, Maracanã lotado, jogo do Brasil, galera animada e calor dos infernos.
Cenário ideal para uma boa e gelada cerveja.
Ideal, mas não real. A CBF proibiu a venda no estádio e não podia entrar com latinha. Ou seja, fudeu! Cheguei a pensar que eu era um alcoólatra que só pensava em beber. Mas logo percebi que não. Um coro de 80 mil torcedores concordava comigo e só gritava: "CERVEJA!"
E pra completar a tortura o telão exibia imagens da área vip, espaço e todos os globais com copinho de chopp na mão. Sacanagem com a cara do povão. Então os vips podem e a gente não.

Não tinha outro jeito.
Depois de horas nas fila pra conseguir ingressos, de não poder comprar com carteirinha de estudante e gastar a fortuna de R$50, tinha que me divertir. Há 7 anos a seleção não jogava no Rio e eu nunca tinha visto um jogo do Brasil ao vivo. Valia o investimento.
Valeu também porque o pessoal tava animado e o Maraca lotado é de arrepiar.
Ouvir 80 mil pessoas cantar o hino não é em qualquer lugar.
É foda, assim como ouvir as mesmas 80 mil pessoas gritando cerveja.

Bem, enquanto pensava na gelada, assistia ao jogo morno da seleção brasileira.
Primeiro tempo fraco, com um gol do Wagner Love e risos na arquibancada quando apareceu no telão uma animação tosca com a foto dele e escrito: "O artilheiro do amor". Muito brega!

Segundo tempo o Equador começou a gostar do jogo e o Brasil nada. Kaká e Robinho, assim como no primeiro tempo, estavam muito mal no jogo. Seleção apagada.
Mas para minha sorte depois de um péssimo chute do Kaká a bola entrou.
E daí por diante, a torcida mudou os gritos. De " Ei! Kaká! Pede pra sair!" para "Ô ôô ôôôô! Melhor do mundo". Ok, ok! Exageraram mas tá valendo ... até porque daí por diante foi uma chuva de gols. 1, 2, 3 e fim. 5X0 Brasil.
Robinho também se redimiu. Com um driblê espetacular que rendeu o gol! Foda.

Saí feliz. Se for colocar na ponta do lápis, dez reais pra cada gol. Acho que foi um bom investimento.
Bem, depois do futebol veio a maratona. A corrida até o amigo do isopor mais próximo e um refresco pra gartanta de quem já estava rouco de gritar.
Aí sim ... CERVEJA!


P.S.: Tirei muitas fotos, mas como esqueci o cabo usb em Friburgo vcs vão ter que esperar!
Foto: Agência EFE

terça-feira, 16 de outubro de 2007

É frevo, é frevo, é frevo!


Quando você pensa nos grandes compositores da Mangueira qual é o primeiro nome que vem a sua cabeça?

Bem, na minha grande caixa craniana aparece logo o grande mestre Cartola.
Logo, nas comemorações dos 100 anos de um ídolo da escola imaginei que o enredo seria uma bonita e justa homenagem. Mas não, a escola resolveu homenagear os cem anos do frevo. É isso mesmo, aquele ritmo lá do Recife. Esquisito, né?!

Não. Fica fácil entender se você coloca aí três milhões de patrocínio do governo do estado nordestino. É isso que virou o carnaval carioca.

Por essas e outras, fui meio cabreiro para a escolha do samba da Mangueira no último sábado. Tava meio puto, mas animado porque levamos uma galera. Chegando ao reduto do samba, encontramos boa parte dos cidadãos cariocas espremidos, suados e amassados dentro da quadra.
Pensei em desistir depois que vi a crise de pânico de uma senhora que procurava sair do tumulto de qualquer jeito, mas como bom guerreiro resisti.

Ainda bem. Encontramos um lugar e logo, logo a bateria contagiou a galera e curtimos um belo espetáculo. Tirando a Preta Gil, que ainda não sei como foi virar rainha dos ritmistas. Na boa, tenho certeza que nenhum deles acha ela gostosa. E pra serve uma rainha de bateria? Unicamente pra ser gostosa e povoar a mente de quem toca. Bem, mas isso é uma outra discussão.

Com Ivo Meirelles à frente, a bateria deu um verdadeiro show. Aí começou a escolha dos enredos. Logo o primeiro foi o do chefe do morro. Todos já sabiam que ia ganhar. Na entrada um trio elétrico tocava a música sem parar, teve queima de fogos quando eles entraram, chuva de papel picado, bolas, efeitos especiais ... um alto investimento e tinha que ter retorno. E quem iria desafiar o chefe do morro. Eu não.

Mas tenho que dar o braço a torcer, era a melhor composição e ganhou justamente.

Mas o melhor ainda estava por vir. Lá por volta das 5 da manhã os mangueirenses resolveram misturar samba com frevo. Bateria com os metais. E num é que ficou foda.
Foi de arrepiar ouvir as músicas. E pra terminar, o hino nacional. Muito bom.

Às 7h da manhã ainda estava lá, quando a bateria tomou a rua e todos foram pro Buraco quente. Mas aí já era demais. Fui embora, empolgado, mas puto porque faltou Cartola.

P.S.: tirei muitas fotos, mas perdi o cabo usb da máquina. Juro que posto aqui quando baixar.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Não comerei da alface a verde pétala

Hoje como bom carioca no feriadão fui para praia.
Ipanema, posto 10.
Dia perfeito. A foto é pra botar inveja aos amigos caricas que estão longe.



Sol, corpos sarados, suados e malhados.
Uns passavam correndo, outros se exercitavam no calçadão, e eu um pouco redondo, com barriga saliente pra cima só pensava em relaxar e mais tarde tomar um chopp pra arrematar bem o dia.
Na boa, esse é o meu design, como diria Anabelly. Moderno, arrojado e fanfarrão.
Sem neurose com o corpo, mas neurótico pra aproveitar a vida.

Pra comprovar minha teoria, taí um texto do nosso saudoso Vinicius de Moraes.


"Não comerei da alface a verde pétala
Nem da cenoura as hóstias desbotadas
Deixarei as pastagens às manadas
E a quem mais aprouver fazer dieta.
Cajus hei de chupar, mangas-espadas
Talvez pouco elegantes para um poeta
Mas pêras e maçãs, deixo-as ao esteta
Que acredita no cromo das saladas.
Não nasci ruminante como os bois
Nem como os coelhos, roedor; nasci
Omnívoro; dêem-me feijão com arroz
E um bife, e um queijo forte, e parati

E eu morrerei, feliz, do coração
De ter vivido sem comer em vão."

*Para o Edu.

Festa de Elite


Sábado, 16h30.
Caralho, cinco horas eu tenho que buscar meu pai em casa, ir com ele na missa do meu avô e depois na casa da minha vó. Combinei a concetração da festa para 22h e nem sei com que fantasia eu vou. Pior, as lojas estão fechando.

Foi mais ou menos nessa hora que me deu um estalo na cabeça (fez um grande barulho sim, devido às proporções do meu crânio):

- Vou de Capitão Nascimento. A mulecada pode ir de Tropa de Elite. Vai ser o maior sucesso.

Bem, foi o maior sucesso se você considerar que 75% da festa estava vestida de farda preta.

Não fiquei chateado. Longe de mim ficar puto porque alguém tá com a mesma roupa. Pô, mas a mesma fantasia? Aí perde a graça.

Metade das brincadeiras que estávamos fazendo todos os outros faziam.
Pior, como a nossa roupa foi feita na hora o que deu pra improvisar foi calça jeans escuras, touca preta e uma blusa preta pintada a dedo horas antes. Vale lembrar, que um amigo meu tava mais pra pintor de obra do que pra Bope. Alguém teve a grande idéia de secar a blusa sacudindo e foi tinta pra tudo quanto é lado. Ficou todo manchado. Ou pode-se dizer que estava um Dalmata.

Chegamos na festa arrasando, gritando nosso hino: "Tropa de Elite osso duro de roer, pega um pega geral também vai pegar você".
Nós poderosos, com três armas de plástico coloridas e cheias de cachaça, uma granada de plástico que ninguém reconhecia e uma faca de plástico que tivemos que esconder pra não sermos barrados.

Bem, alegria de pobre dura pouco. Chegando na festa do Bope, pode-se assim dizer, vimos que o pessoal caprichou nas fantasias. Colete a prova de balas, bazucas, metralhadoras, boinas, caveiras, botas, etc ... Estava me sentindo o aspira 33, aquele que desiste no primeiro teste.

E foi difícil resistir aos testes da festa. O lugar super lotado e tinha como atração principal: Tati, a quebra barraco. Num vale nem a pena comentar o final de festa.

Quer dizer, vale sim.
Saindo às 6 da matina com sol na cara (é ... resisti bravamente. Honro a farda preta), percebi que arrombaram o carro da frente. Coração disparou e logo reparei que tinha esquecido o porta-malas aberto. Adrenalina no corpo. Abrio o carro ... intacto!
Acho que pelo menos os ladrões se impressionaram com a nossa roupa e gritos.

(Que nada, é só onda minha ... Aquela explicação que você dá pra levantar a moral da noite. É que o carro é um Uno velho e dentro dele só tinha uns livros de comunicação. Que ladrão ia querer isso? Sorte a minha que eles não gostam de ler.)

Isso sim foi uma festa de elite.


P.S.: Tinha me prometido que não iria falar sobre o filme "Tropa de Elite" no blog. Afinal, aqui o espaço é caro. Mas sério, a mídia tá enchendo a bola demais. Causou-se um estardalhaço por causa disso. Contudo, tenho que dar o braço a torcer: o filme é bom, gostei muito. E vamos combinar, o cinema além de entretenimento é espaço de debate e nesses poucos meses o filme gerou discussão sobre pirataria, ética, violência, corrupção na polícia, maconha e filhinhos de papai, entre várias outras. Pelo menos tem feito seu papel social. Vale bater palmas. Valia a indicação ao Oscar.
P.S.2: Tenho que admitir: vi a cópia pirata

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Coisas que ficam pra trás



É, ninguém sabe mesmo por onde anda o Jordi.
Algumas coisas entram em desuso e as pessoas nem se lembram de sua existência.
Tenho medo de que no futuro coisas que estão perdendo valor hoje também sejam esquecidas. Coisas assim como a vergonha.

Lembro muito bem de quando era criança e ia com meus pais pro clube e sempre que queria alguma coisa enchia o saco dos velhos.
- Pai, me dá um picolé?
- Eu não tenho. Vai lá no bar e pede pro graçon.
- Ah! Pede você pai. - choramingava.
Ele queria me ensinar desde criança e me enchia de vergonha quando chamava o garçom e falava: "ele tá com vergonha, vê aí o que ele quer". Ou então me enchia de raiva quando pedia o picolé e quando chegava ele mesmo comia. "ué, você quer? Pede um pra você. Esse fui eu quem pedi."

Ensinamentos sábios. Hoje cresci e sempre vou aos shows neste clube e o velho e bom garçom continua lá. A diferença é que não peço mas picolés, e sim cervejas.
Pelo visto, quem tem boca vai mesmo a Roma.
No meu caso ainda não cheguei lá, mas já fui parar em cada boteco e lugar maneiro.

Mas não é esse o caso de vergonha que parece entrar em extinção.
Na verdade não classifico isso como vergonha, mas como timidez.
Vergonha para mim é quando você fica inibido perante os outros porque fez alguma coisa que vai contra os valores da sociedade. As pessoas evitam (ou evitavam) passar por isso. E quando este desvio de conduta acontecia, costuma-se pedir desculpas.

Bem, mas os tempos são modernos e as coisas mudaram.
Antigamente as pessoas tinham vergonha de ser homossexuais, de participar do camdoblé, de fazer sexo, bruxas ou de estarem doentes. Graças a Deus, esses tempos de preconceito já passaram (ou deveriam ter passado).

Mas como sempre as coisas no Brasil são 8 ou 80.
Perdeu-se a vergonha de tudo. Não só daquilo que era necessário.
Hoje fazer coisas erradas é normal, é coisa de malandro. Pedir desculpas jamais.
É manter o nariz em pé e fingir que nada aconteceu. Que tudo o que se fez e o que se passa é normal. Normal pra quem cara-pálida?
Quando nossos políticos vão pedir desculpas pelos erros?
Quando os assassinos vão cumprir penas pelas mortes?
Quando tirar proveito será ruim?
Quando as pessoas voltarão a sentir vergonha?

Às vezes é difícil acreditar e viver em um futuro sem vergonha.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Na ativa




"Eu voltei, voltei para ficar.
Porque aqui, aqui é o meu lugar"

Raros e nobres leitores, estava fora uns dias, enchendo a cara, viajando e trabalhando.
É! Pode parecer esquisito, mas às vezes é bom trabalhar.
Nesse meio tempo até meu irmão casou.

Nos intervalos dessa confusão umas sessões de cinema.
Festival do Rio muito bom. Deu pra curtir legal.
Acho que estou mesmo na onda de relembrar o passado.

Vi dois filmes fodas.
Um sem comentários, a "Ópera do Mallandro". É com dois L's mesmo, porque é uma sátira da peça do Chico Buarque com as músicas do nosso querido Sérgio Mallandro.
Bilu, bilu tetéia pra lá, salsi fufu pra cá, Michael Jackson, porta dos desesperados, Vovó Mafalda, Bozo e Fofão. Quinze minutos de pura rizada nesse brilhante filme produzido pelo Lázaro Ramos, com narração do seu parceiro Wagner Moura. (caso contrário, era pirata).
O curta, ambientado nos anos 80, conta a história de um garoto (o mesmo de "O ano em que meus pais sairam de férias") que está em recuperação e tem 15 minutos pra entregar uma redação. Uma viagem louca na cabeça da criança. Criatividade e piração!
Quisera eu ter dinheiro pra fazer uns filmes assim.

O outro foi " Branca de neve - a seqüência". A continuação da história, mas de forma sátira e pornô. O príncipe (gay) tinha que comer todas as princesas que encontrava. Um verdadeiro castigo da fada madrinha que tinha um baita tesão enrustido por ele. Pra dar o tom, a chapeuzinho vermelho era uma lolita safada, os anões um bando de punheteiro e a Fera (da Bela e a Fera) o mais dotado da história. Pra variar tudo acaba em putaria, numa festa de swing com todos os personagens peladões. A fada madrinha tira o atraso e todos têm um final feliz.

Tirando as comédias e safadezas também fui ver filmes sérios.
Um documentário sobre o Che Guevara. "Personal Che", percorreu diversos países e mostrou a representação desse ídolo. Deus em umas nações, assassino em outras e moda em todas. É foda viver numa cultura em que tudo vira produto pra massa.

O último filme que vi fechou com chave de ouro essa maratona cinematográfica.
"Jogo de cena" é o mais novo documentário de Eduardo Coutinho. Eu já achava o homem foda. Agora com esse último filme tenho que tirar o chapéu. Simples, criativo, emocionante e engraçado. Ele colocou um anúncio no jornal chamando mulheres que gostariam de contar suas histórias de vida. Entrevistou todas e tabém chamou atrizes para interpretá-las. Atrizes conhecidas, como Fernanda Torres, Marília Pera e Andrea Beltrão, e também desconhecidas.
Cara, fiquei perdido. Num sabia o que era verdade e mentira às vezes. As atrizes falaram da dificuldade de interpretar. Histórias tristes, engraçadas, dramas da vida pessoal. Tudo isso ambientado em um antigo teatro, com cadeiras vermelhas, completamente vazio. Um verdadeiro jogo de cena. Vale a pena ver quando entrar em circuito.

Ah, teve outro, mas esse nem vale a pena comentar.
Desculpe Martinho da Vila, mas ao contrário de você, não vou bater palma pra doido dançar.

Bem, o festival passou. Agora rola uma segunda chance no Odeon. Mas também começou o Riocenacontenporranea. Por falta de opções culturais o Rio não morre.
Tem é que ter fôlego e dinheiro pra acompanhar.
Fôlego eu tenho, parei de fumar. Agora dinheiro ... isso são outros quinhetos (quer dizer, nem isso).

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Uma resposta

Tinha mais uma dúvida.

Como os camelos fazem sexo?

Bem, para essa já achei a resposta.

Vou ter que mostrar pros meus amigos do bar.

Ficou curioso? Então que tal dar uma espiadinha?






Perguntas que não querem calar

Depois de um longo e tenebroso inverno, eis-me aqui novamente.
Tava sumido, recuperando energia, afinal, não tenho mais o pique de antigamente.

Após o porre fiquei pensando em algumas coisas (e olha que de ressaca não gosto de pensar muito). A dúvida é a seguinte: por que quando estamos bêbados sempre fazemos perguntas que não têm respostas ou levantamos questões que acabam em um verdadeiro quebra-pau?

Não sei. Acho que é institivo porque são questões que vêm do fundo do nosso ser e que não pensaríamos nelas em estado normal, ou seja, sóbrios.

Também traçamos algumas teorias. Tenho amigos que possuem umas bem bizarras e nos bares sempre resolvem catequisar a mente dos outros bêbados ao redor. Um exemplo claro disso é uma grande amiga (meio retardada devo dizer) que quando está com o grau etílico alterado resolve explicar o que o Bozo fazia com o telefone vermelho nos intervalos do programa e quando a tv saia do ar. Talvez seja um trauma da sua infância.

Pensando nisso resolvi listar algumas perguntas que não tiveram respostas e se tiveram eu não me contentei com elas. Se alguém tiver uma pista, por favor, me ajudem. Deixarão mais aliviados os corações dos pobres embriagados na mesa dos botecos.

- As celas dos presídios têm tomadas? Como será que os presos recarregam o celular?

- O que aconteceu o o Jordy? (Aquele bebê que cantava uma música irritante e sem sentido "oe dedê, diu diu oi dedê"). Será que virou cantor? Está no hospício? Tá pobre? Viciado? Toda especulação é pouca.

- E a menina que interpretava a Punky Brewster, a levada da breca? Uns dizem que morreu outros dizem que enlouqueceu e fugiu com o cachorro Pinky e o fotógrafo Arthur Bicudo. Sei lá. Alguém sabe seu paradeiro?

- Por que eu preciso achar a porcaria do x na equação?

- Se toda regra tem exceção, e isso é uma regra. Qual é a sua exceção?

- Mistério maior é se o pessoal do desenho "Caverna do Dragão" voltou pra casa. Neste caso, teoria é o que não falta. Até o coitado mestre dos magos entrou na história e virou o grande vilão.

- Outra pergunta que não quer calar. Aonde foi parar o pessoal da banda New Kids on the Block? Continuam cantando? Bem, se continuam devem ser sucesso em clínicas geriátricas.

- Seguindo com a série cadê você, pergunto: como andam Maria Joaquina e Cirilo?

- Outra instigante: quem foi Murphy, o maldito que inventou essa porra dessa lei.

- Existe mesmo uma passagem secreta entre o Mercês e o Anchieta? (Colégios de padres e freiras vizinhos em Friburgo?)

-Por que o Pateta usa roupa e o Pluto não?

- O que o Bambam fez com a Maria Eugênia? Aquela boneca que ele venerava no BBB? Ninguém nunca mais ouviu ele falar dela?

- Alguém já viu um chester de verdade?

- E a última, e não menos importante: Seu Madruga era alcoólatra e morreu de cirrose ou isso é mito? Para o público bêbado dos botecos que freqüento, essa pergunta é importante.

Bem, espero que alguém possa me responder. Deixem seus comentários
E por favor, se respoderem alguma dúvida lancem outras, porque senão ficarei sem assuntos na mesa do bar.

domingo, 23 de setembro de 2007

POR MOTIVOS DE RESSACA O BLOG NÃO SERÁ ATUALIZADO.

DESCULPE, ESPERO QUE VOCÊS ENTENDAM.

ESTAMOS TRABALHANDO PARA MELHOR SERVI-LOS!

sábado, 22 de setembro de 2007

Alguém sabe os números da mega-sena?


Há poucos dias reclamava no blog da falta de opções culturais em Nova Friburgo.
Ao contrário de lá, aqui no Rio não posso reclamar.
Começou no dia 20 o Festival do Rio 2007.
São cerca de 400 filmes, espalhados em 30 salas de cinema, em 17 bairros do Rio.
Entre eles o novo de David Lynch, de Quetin Tarantino, do Ang Lee, do Gus Van Sant, além do falado "Tropa de Elite" (tenho que confessar que já vi, mas queria ver na telona e com som maneiro).

Sempre fico empolgado quando começa a maratona cinematográfica. Peguei o encarte e comecei a marcar os que gostaria de ver. Ao total 46.
Pensei, olhei meu extrato e resolvi fazer uma nova seleção.
Depois disso sobraram "apenas" 22.
Meu extrato bancário continuava me olhando ... aí resolvi pensar logicamente e tirar alguns filmes que só passariam na Barra da Tijuca ou os que as sessões eram muito tarde.
Sobraram 15. Fiquei contente, mas momentaneamente. Logo soube que alguns desses 15 filmes sortudos já estavam com os ingressos esgotados. É foda ter o mesmo gosto que a massa, mas fazer o quê?

Mas ele não tinha muito o que comemorar.
Não sei porque, mas este ano a Bienal e o Festival ficaram juntinhos e logo no final do mês.
Já viram a desgraça.
Aquele papel amarelinho que sai da caixa do banco? Ah! Esse, nem comento...

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

O lado B de Verissimo

Já que o papo é cultura, vou postar aqui uma entrevista que fiz outro dia com Luiz Fernando Verissimo. A matéria foi publicada no jornal SESC Brasil deste mês.




Não estranhe se um dia esbarrar com o autor do seu livro preferido tocando em um bar. Conhecido pelo grande público como escritor, Luis Fernando Verissimo também é músico e deu um show de ritmo no SESC de Campos, no Rio de Janeiro. No palco do festival "Jazz, Blues & Imagem", ele apresentou um pouco de seu talento como saxofonista. Pelo visto, foi aprovado pelo público, que lotou a Praça da Bandeira, no dia 2 de agosto. O autor mostrou que também sabe se expressar por meio das notas musicais. Mas quem não estava acostumado com esta faceta musical do Verissimo também pôde conferir um bate-papo no Palácio da Cultura. Em entrevista ao jornal SESC Brasil, ele falou um pouco sobre a música, sua apresentação no SESC e, claro, literatura.

Jornalista, publicitário, cronista, tradutor, humorista, cartunista e torcedor do colorado. Além dessas funções, você ainda tem tempo para uma paixão antiga: a música. Quando a música passou a fazer parte da sua vida? O hobby chega a ser um exercício diário?

Luis Fernando Verissimo: Eu gostava muito de música desde garoto e lá pelos 13 ou 14 comecei a ouvir mais jazz. Quando fomos para os Estados Unidos em 1953 decidi que, já que estava indo para a terra do jazz, aprenderia a tocar um instrumento. Queria tocar trompete como o meu ídolo na época, Louis Armstrong, mas não tinham um trompete para emprestar no curso que procurei, tinham um sax. Foi o sax mesmo. Nunca cheguei a me aprofundar na música ou na técnica do instrumento, só queria poder brincar de jazzista, que é o que faço até hoje. Deveria ser um exercício diário, já que para instrumento de sopro é importante manter a embocadura, mas não consigo treinar como seria ideal. Quanto ao tempo, acho que para o que dá prazer a gente sempre encontra tempo.

No festival do SESC Campos você se apresentou com o grupo Jazz 6. Em 1959, você tocava com o conjunto Renato e seu sexteto, segundo você o maior sexteto do mundo. De lá para cá por onde você passou, e quais são suas principais influências?

LFV: O conjunto se chamava Renato e seu Sexteto. Quando estreou já tinha onze figuras, mas o nome ficou. Era, portanto, o maior sexteto do mundo. Agora o Jazz 6 perdeu um dos seus figurantes mas também não mudou de nome. Podemos nos apresentar como o menor sexteto do mundo. Toquei no conjunto do Renato em 1961, seu primeiro ano. Depois fui morar no Rio, e o conjunto cresceu e se tornou um dos melhores do estado. Passei uns 15 anos sem tocar, até que o Renato decidiu reunir a velha turma, só por farra. Mas como muitas pessoas tinham saudade da música daquela época, o resultado é que o conjunto do Renato voltou a tocar em bailes e teve uma segunda vida. Bem mais tarde, o contrabaixista Jorge Gerhardt, com quem eu tinha tocado na banda do Renato, reuniu alguns músicos com gosto comum pelo jazz para uma apresentação num bar de Porto Alegre e me convidou. Foi o começo do Jazz 6. Que já dura 12 anos.

Para você, o que é mais fácil e o que é mais prazeroso, se expressar por meio das palavras ou das notas musicais?

LFV: Se eu pudesse escolher, eu preferiria ser músico. Está um pouco tarde para me dedicar seriamente à música. Nem eu teria mais fôlego. Mas o que me dá mais prazer é a música.
Qual a sua relação com o SESC?

LFV: Fizemos esta apresentação em Campos que foi boa, acho que o público gostou. Nós certamente gostamos de estar lá. Já tínhamos nos apresentado no SESC São Paulo. Conheço alguns projetos, como o BiblioSESC e o Prêmio de Literatura.

Por falar em literatura, em 2003, você foi apontado como um dos escritores que mais vendem livros no Brasil. Como você enxerga o mercado, atualmente?

LFV: É claro que o mercado literário é limitado. Não só são poucos os que podem comprar livros como muitos entre os que podem não querem. Como disse o Mário Quintana, o pior analfabeto é o que sabe ler e não lê. Eu não posso me queixar, meus livros vendem acima da média, mas eu não poderia viver apenas da literatura. Poucos podem, no Brasil.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Rio de páginas abertas


antes tarde do que nunca ...


Foi dada a largada

No último dia 13 começou mais uma Bienal do Livro e é preciso ter fôlego e dinheiro, principalmente dinheiro, para aproveitar a feira.
São dois milhões de livros, 950 expositores, 133 sessões literárias, 326 autores, 600 mil visitantes. Tudo isso em 55 mil metros quadrados.
Esses são os surpreendentes números do mundo das letras.
Tá faltando um, o de quilômetros que separam o Riocentro do restante do Rio. Mas esse nem vou colocar para não desanimar a galera.

Logo no primeiro dia rompi essa distância e encarei uma aventura até o Recreio.
Sim aventura. Não sei se vocês perceberam, mas comecei o texto com "foi dada a largada".
No meu caso foi realmente isso que aconteceu, já que fui cobrir a abertura da Bienal de moto, na garupa de um fotógrafo louco aqui do trabalho.
Consegui chegar vivo. Um pouco pálido, mas respirando.

Depois de todo o lenga-lenga da cerimônia de abertura, abriram-se as portas de todos os pavilhões e minha desgraça estava feita.
Não sei quanto a vocês, meus raros leitores, mas eu adoro comprar livros e tenho uma penca no meu armário esperando minha atenção.
Mesmo sabendo disso ... a mão coça e não consigo me controlar.

Que venham então Pedro Juan Gutierrez, Bukowski, Rubem Fonseca, Saramago, Gael García Bernal, Hemingway, Pessoa, Adriana Falcão, entre vários outros.

Mas fui salvo pelo gongo.
Ligaram e tive que voltar correndo para o tronco, quer dizer, trabalho e não pude comprar nada.
Entretanto, não vou me privar deste prazer e voltarei lá.
Para isso usarei uma estratégia:
1) Deixar o cartão em casa
2) Deixar o cheque em casa
3) Levar pouco e calculado dinheiro em espécie
4) Levar a companhia de um amigo pobre, assim não tenho como pedir dinheiro emprestado
5) Levar o extrato do banco. Para ver se me conformo do meu estado constante de pobreza.
Não sei se dará certo. Se der aviso para vocês.
Se não der terei mais um penca de livros espalhados pela casa.
Não sei se isso é bom ou ruim.


Bem, aceito sugestões de livros, dicas de estandes legais e baratos.
Fora isso, desejo a todos que forem uma boa viagem.

domingo, 16 de setembro de 2007

Cultura não sobe a serra?


Quando era criança sempre me perguntava:
"Tostines é fresquinho porque vende mais? Ou vende mais porque é fresquinho?"
Não achei a solução até hoje.
Também não achei a solução pra cultura em Friburgo, minha terrinha.

Pode parecer loucura, mas como bom friburguense fora de sua cidade sempre acesso o A voz da Serra online para saber das últimas e quentes novidades.
Sempre critiquei esse jornal (se é que pode ser chamado de jornal), mas é por meio dele que me mantenho informado (destino cruel).

Bem, voltando ao assunto ...
Fiquei sabendo de uma peça no Centro de Artes sobre Fernando Pessoa, poeta que está na lista dos meus favoritos. Sábado e domingo, baratinho. Resolvi ir lá conferir.

Minha primeira missão foi achar uma vítima para me acompanhar. Isso foi fácil depois de alguns telefonemas para minha prima. (Coitada, sempre a meto em furadas)
Mas não era furada, era um programa legal.

Chegamos lá!
Um pouco atrasados. Trantando-se de Teatro, pensei que nem íamos entrar.
Mas tratando-se de Friburgo tudo pode acontecer.
Entramos e para minha supresa, além de nós só mais quatro senhoras lá na primeira fileira. (Primeiro pensei que eram da família, mas depois vi que deviam ser de algum grupo da terceira idade)

Demorou algum tempo para a peça começar.
Estavam esperando o público chegar ... lamentável.
Logo comentei com minha prima:
"Depois o pessoal de Friburgo reclama que não tem nada de bom na cidade. Mas quando tem ninguém prestigia"
Talvez por isso o teatro estivesse tão mal cuidado. Paredes sujas, pipocas no chão, poltronas barulhentas, acústica péssima (entre um poema e outro pude escutar um carro de som passando na rua).

Acho que vendo que ninguém ia aparecer mesmo, resolveram começar.
E não é que chegou mais gente depois. Dois casais.
E não é também que abriram a porta no meio do espetáculo para eles entrarem.
(Avisei que se tratando de Friburgo vale tudo).
A peça foi legal. Não era uma obra-prima, mas para quem ia ficar em casa fazendo nada foi ótimo. Do texto (genial Pessoa) ninguém podia reclamar. A idéia era legal, retratar os três heterônimos do poeta, mas o ator era meia-boca. Concluindo: um espetáculo razoável que vale a atenção.

Aí me pergunto:
O teatro e as opções culturais de Friburgo são ruins porque ninguém vai?
Ou ninguém vai porque são ruins?
Ainda não achei a solução também.
Só creio que, como diria Pessoa, "tudo vale a pena se a alma não é pequena"

sábado, 15 de setembro de 2007

Ressuscitou!

Não foi ao terceiro dia, mas ao segundo.
Os ares da serra fizeram bem ao caveirão e ele voltou ao normal.
EU JÁ SABIA!
Meu companheiro anda meio temperamental, liga quando quer, delisga ao seu prazer e as vezes não toca, mas ainda funciona.
Isso é o que importa.

Bem, como eu tenho "Lerdox" aqui em Friburgo, estou me estressando para postar, mas aguardem. Vem novidade por aí.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Duas perdas



Existem coisas que ficam em nossa cabeça.
Sejam boas ou ruins, elas nos marcam.
Existem coisas que ficam na cabeça de todo mundo. Fazem parte de um imaginário popular.

Uma dessas figuras é o Pedro de Lara, que faleceu ontem.
Bem, desde que me conheço por gente ele já era velho e rabugento também.
Não sei porque, mas ele fazia sucesso. Todos comentavam, falavam bem ou mal, mas falavam dessa figura bizarra.
O que seria do Programa de Calouros sem ele. Ia ser uma chatice, só com Wagner Montes e Sônia Lima.
Bem, isso não vem ao caso.
O que importa é que ele faz parte de nossas memórias, querendo ou não.
O que seriam dos bêbados e fanfarões se não cantassem nas madrugadas "Pedro de Lara, lá laialara lara, laiaralá, lairará, lalaiá, ...".
Sempre tem alguém que puxa isso em festas, choppadas, churrascos e todos vão atrás. Inesquecível...
Sem contar nas imitações. Eu mesmo já fiz muitas. (Lembra disso, Karla Rubia?)
Bem, para ele agora canterei sempre em sua memória.

No mesmo dia, caro leitor, tive outra perda inestimável.
Ou seja, ontem foi um dia difícil.

Para quem me conhece sabe que tenho um objeto de estimação: meu celular (DDD 22 ainda).
Pra quem não me conhece, só para ter uma noção, minha mãe outro dia me disse: "Meu filho, vou comprar outro celular porque com esse você pode pegar uma micose".
Bem, meu companheiro não liga mais. Tem que ficar sempre carregando. Ou seja, vai virar um telefone sem fio.
Sou apegado a ele mesmo. O danado me acompanhou em várias fases da minha vida.
Já o perdi numa choppada e a tia que cata latinhas me devolveu.
Ele já caiu da varanda lá de casa.
O "caveirão", como é carinhosamente chamado, me acompanhava ativamente até nas viagens.
Tomou banho de mar em Rio das Ostras.
Ficou à milanesa nas areias de Cabo Frio.
Passeou pelas águas do Rio Negro em Manaus.
Pois, é. Não sei como será a vida sem ele agora.
Mas como sempre disse, irei colocá-lo em uma moldura e guardar com carinho.
Mais tarde irei tentar ressucitá-lo. Caso consiga aviso para vocês.
Caso contrário colocarei uma foto dele aqui. Uma homenagem póstuma.

É vida que segue!

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Para os coleguinhas jornalistas

Vocês viram a capa do Extra hoje?
Primeiro achei foda.
Depois pensei melhor e perguntei: será que é ético?
Um pouco depois achei válido, mas acho que baixaram muito o nível
(não podia esperar muito, já que o Extra não é um jornal de "Catigoria")
E agora não sei o que pensar.
Poucos, mas especiais leitores,
deêm sua opinião.

P.S.: Para quem não consegue ler.

"Comunicado Importante"

O Senado viveu ontem cenas explícitas de vale-tudo, com troca de agressões entre seguranças e parlamentares, chantagens a senadores e muita vulgaridade. Em respeito aos leitores, o EXTRA não exibirá em sua capa o festival de baixarias. Dará destaque à imagem menos obscena e imoral de todo este escândalo: Mônica Veloso, ex-amante do senador Renan Calheiros, autora das denúncias contra ele, quase pelada.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Atualização



RENAN FOI ABSOLVIDO.


Vou pro samba do Daniel.

"Se eu caio no swing é pra me consolar"

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Música na cabeça


Hoje fiquei com essa música na cabeça o dia inteiro.
E olha que a minha cabeça é grande.
Taí a letra ...


Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock
Para as matinês

Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigada a ser feliz
E você era a princesa
Que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Sim, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim

João e Maria
Chico Buarque e Sivuca

Por falar em música, Chico Buarque e samba, amanhã (hoje), quarta, dia 12 de setembro, o meu grande amigo Daniel vai dar um show e levar alegria para a multidão que irá no Teatro Odisséia, na Lapa. A festa também terá o grupo Anjos da Lua, que toca sempre no Democráticos.
Baratinho, R$ 10, e de execelente qualidade.
Só não vai quem é ruim da cabeça ou doente do pé.
Como diria ele: "Viva o Zé Pereira"

Dias marcados


Tocou o sinal e algo estranho aconteceu: cadê o professor? Era o que todos perguntavam, até um pouco felizes. Há de se admitir que com 17 anos quase ninguém gosta de estudar (eu pelo menos não). Era aula de inglês e o professor era a pessoa mais figura que eu já tinha conhecido. Olha que conheço cada tipo...

Depois de algum tempo ele aparece correndo e desesperado anuncia: "Um avião se chocou contra as torres gêmeas. Eu ia embarcar amanhã, tenho que resolver algumas coisas. Vocês estão liberados". Todos gritaram (de felicidade, vale ressaltar) e saíram. Eu fui pra casa almoçar, sem ligar a mínima para o que tinha ocorrido. Pra falar a verdade, nem sabia o que eram as tais torres gêmeas. Logo depois fui saber da barbaridade ocorrida. Quem me explicou melhor foi o mesmo professor, que também me dava aula no curso de inglês.

Tá. Você deve estar perguntado porque postar isso hoje? Tão clichê! Está em todos os jornais e sites. Minha estória é tão simples. Existem pessoas que viveram dramas pessoais ou que viram de perto e podem contar com mais propiedade do que esse aluno desmiolado.

Mas para mim esse dia me remete à outras lembranças. O que me vem logo à cabeça é o professor, o João. Embora com proporções diferentes, os atentados e a vida do professor para mim exemplos da ignorância, crueldade e estupidez humana.

Uns anos depois, João também sofreria um atentado, agora um atentado contra sua própria vida. Queimado vivo dentro de um carro, ele foi vítima do preconceito e de pessoas que não tem respeito pelo próximo. Até hoje sua família espera justiça, coisa cada vez mais difícil em nosso país. Este ano o caso de outro João chocou o país. Era João Hélio, arrastado por quilômetros aguarrado no carro roubado por assaltante no Rio de Janeiro.

Quantos Joãos já entraram para a lista da violência, quantas torres já cairam no Brasil. Fico cada vez mais assustado. Assustado também com os movimentos que surgem. Depois do famoso e elitizado "Basta"´, é a hora da classe média alta carioca gritar em outro movimento: "Cansei'. O que me pergunto é: cansaram de quê? De ficar observando sem fazer nada? Ora, ora... eu é que estou cansado de vocês, isso sim.

Hoje outro atentado roubou as manchetes dos jornais. Desta vez contra os ministros que inauguravam um trem na zona portuária carioca. Até aí tudo bem, mas o que revolta é a rapidez das providêncas e a declaração do delegado no Globo on line: os criminosos não sabiam que as autoridades estavam a bordo. Se soubessem não teriam atirado. Cá entre nós, antigamente todos sonhavam em ser astronaustas, famoso, bombeiro, etc ... Pelo que vejo, meus filhos vão ter o sonho de se tornar políticos, só assim estarão protegidos. E bota protegidos nisso, é só olhar o caso do Renan Calheiros. Será que vai ser absolvido? Ele também deve estar cansado coitado. Vale a pena aguardar as cenas do próximo capítulo.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Ainda dá tempo


Algumas dicas (pode confiar)

Não sou muito de exposições. Na verdade, posso contar nos dedos as que eu fui.
Mas ainda bem que posso rever meu conceitos, e ultimamente tenho corrido atrás do tempo perdido.
Correndo literalmente, porque algumas entram e saem da circuito rapidamente.
Sem contar nos horários ...
Quem explica o MAM, que só fica aberto de 12h às 18h? É só pra vagabundo que não trabalha.
Mas como sou meio vagabundo, troquei o meu horário de almoço pela exposição do Grande Sertão Veredas e não me arrependi.
O que vi lá foi um trabalho cuidadoso e muito criativo concebido por Bia Lessa. Os manuscritos, o uso de multimídia e a literatura do mestre Guimarães Rosa. Não vou contar mais para não estragar a surpresa. Vale a pena cada centavo. Quer dizer, vale muito mais, já que o ingresso custa R$5 (inteira). Nem vale entrar com carteirinha falsa, seria muita pão-durice.

Mas você pensa que as surpresas acabam por aí?
Claro que não. Antes de chegar ao terceiro andar, não deixe de conferir a exposição do segundo piso. "Tropicália", narra um pouco da nossa história cultural. A exposição é interativa e confesso pra vocês (poucos e fiéis leitores) que o me atraiu mesmo foi uma grande piscina de bolinhas.
Mas ao olhar mais perto, alguns vinis, álbuns, vestidos, cartazes da época são verdadeiros achados e fazem você voltar ao passado. Na época em que o Caetano fazia músicas boas e falava coisas legais. Na época em que Jor Ben ainda não tinha o Jor e não era tão pop.
Muitas coisas bacanas e também algumas coisas que não fazem sentido algum (pelo menos para mim e dois guerreiros do trabalho que me acompanharam nessa jornada).

Jornada mesmo, porque ainda não acabou.
Escondido atrás da instalação do Sertão Veredas está uma exposição de fotos de Ivan Cardoso.
"Fotoivangrafias" tem figuras engraçadas e inusitadas. Isto na primeira passada de olho, porque o celular começou a tocar. Era do trabalho. Tava na hora dos vagabundos saírem do país das maravilhas e voltar para o tronco.
Mas volto lá e comento depois aqui.
Quem já passou no MAM nesses dias, pode colocar seu comentário, será muito bem-vindo.
E se você ainda não foi, corre, AINDA DÁ TEMPO.

Serviço:
Museu de Arte Moderna
Av. Infante Dom Henrique, 85
Parque do Flamengo - RJ
Ter - Sexta - 12 - 18h
Sáb - Dom - 12 - 19h
R$5

terça-feira, 21 de agosto de 2007

O tempo que não se perdeu


"Não se contam as ilusões
nem as compreensões amargas,
não há medidas pra contar
o que não podia acontercer-nos,
o que nos rondou como besouro
sem que tivéssemos percebido
do que estávamos perdendo.

Perder até perder a vida
é viver a vida e a morte
não são coisas passageiras
mas sim constantes, evidentes,
a continuidade do vazio,
o silêncio em que cai tudo
e por fim nós mesmos caímos.

Ai! o que estave tão cerca
sem que pudéssemos saber.
Ai! o que não podia ser
quando talvez podia ser.

Tantas asas circunvoaram
as montanhas da tristeza
e tantas rodas sacudiram
a estrada do destino
que já não há nada a perder.

Terminaram-se os lamentos."
* Pablo Neruda

* Pra quem está tão distante e tão próximo.

Retorno




Vira!!! Ali ... pra esquerda ... Não!!!! Pro outro lado!!! Que merda, entrou errado. E agora? Segue e pega o retorno, mas presta atenção dessa vez.
Pra quem está no banco do carona isso é fácil, mas pra quem dirige é foda.
Principalmente se quem estiver no volante for eu. Não tenho senso de direção.
Direita e esquerda nem adianta falar.
Num vale também vir com a gracinha de que é a mão que você escreve, porque sou canhoto e essa regra não serve. Nem essa que é a mão do relógio, porque não uso.
Mas, voltando ao trânsito, apesar de ser louco e ter sempre um braço-duro, uma coisa é boa: sempre existe um retorno amigo a frente (mesmo que distante).
Se sou meio louco guiando um carro, imagine guiando a minha vida.
Nem sei como passei na prova prática e pra falar a verdade não me lembro de ter recebido aulas teóricas.
Bem, logo de cara já devia ter sido preso inúmeras vezes por dirigir embriagado.
Outras quinhetas por ter avançado sinais vermelho e por excesso de velocidade.
Perdi as contas de quantas vezes fiquei parado pensando pra onde ir e de quantas vezes parei pra pedir informações.
Mas uma coisa a certa: a vida não oferece retornos. Pelo menos não esbarrei com nenhum ainda.
Se você tiver passado por algum, bota aí a localização no comentário.
Aliás, localizar-se é uma coisa difícil. Alguns charlatões tentam vender mapas, mas não acredito. Só indo em frente mesmo pra saber onde acaba cada rua ou avenida.
E olha que já fui parar em cada buraco.
Por falar em buracos, não sei onde vão parar nossas contribuições, as pistas andam tão mal conservadas ultimamente.
Queria andar só estradas retas e com asfalto como tapete, mas pra isso tem que ser pagar um pedágio absurdo. Por isso ultimamente prefiro as trilhas off-road. São mais emocionantes, mas em contrapartida tive que ficar algum tempo na revisão ultimamente. O que importa é que estou na estrada outra vez. E que siga a viagem!
Quem sabe nos esbarramos em algum cruzamento...

domingo, 19 de agosto de 2007

Pessoas e Pessoa


"Nada me prende a nada.
Quero cinqüenta coisas ao mesmo tempo.
Anseio com uma anguústia de fome de carne
O que não sei que seja -
Definidamente pelo indefinido...
Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De quem dorme irrequieto, metade a sonhar."

Fernando Pessoa

"Se me recordo quem fui, outrem me vejo,
E o passado é o presente na lembrança.
Quem fui é alguém que amo
Porém somente em sonho.
E a saudade que me aflige a mente
Não é de mim nem do passado visto,
Senão de quem habito
Por trás dos olhos cegos.
Nada, senão o instante, me conhece.
Minha mesma lembrança é nada, e sinto
Que quem sou e quem fui
São sonhos diferentes."

Dois do Pessoa porque fiquei na dúvida entre qual escolher.
Um é pra refeltir durante o domingo de preguiça
e outro é uma homenagem a magrela protuguesa que adora esse homem. Com toda razão!
* Imagem: Dali

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Sem troco ...


- Próximo.

- Quatorze e noventa, senhor - agora me fita e depois olha fixamente minha carteira.

- Tem moedas?

- Vinte e cinco serve ... (até agora não entendi a matemática)

- No momento estamos sem troco. Posso lhe oferecer três balinhas?

Isso quer dizer, três, vírgula três, três, três, três, e lá se vão três décimos de centavos por cada bala. Calculista, eu? Não, claro que não. Muito menos pão-duro. É que ultimamente tenho me dado conta que o mundo anda sem troco. Esquisito, né?


Quando era criança achei uma carteira bem fuleira na rua, mas cheia de dinheiro. Procurei o dono e fui devolver. Esperava ganhar um troco com isso e sair com a cabeça tranqüila. Mas o trocado não veio. Talvez fosse o primeiro sinal de sua escassez.


Os policiais são mais espertos. Parecem ter percebido este desaparecimento muito antes de toda a população. Pelo menos, desde que me conheço por gente, sempre que sou parado numa blitz eles estão querendo um troco.


Eu também deveria ter descoberto isso antes. Quando , além da carteira, tive outra situação em que isso ficou claro. Um menino da oitava série bateu em mim. Queria dar o troco, mas primeiro veio o medo, depois a coragem e em seguida a frustação: não havia troco. Me fudi outra vez. Resultado: moral perdida e dois dias de suspensão.


Hoje assisti ao noticiário e mais um político anda envolvido em esquemas, como sempre roubando nosso dinheiro. Aí me pergunto: quando alguém vai dar o troco nesses otários? Parece difícil. A justiça anda se vendendo por miseros trocados.

Outro dia uma criança na rua veio com umas balas pra vender e pediu: "tio me dá um trocado?". Não resisiti. Mesmo sabendo que estão acabando com o troco, meti a mão no bolso da calça e passei alguns centavos. Nessa escassez, quem deve estar sofrendo mais é ele. E não queria que ele descobrisse esse triste mistério e pensasse num futuro no qual não existe troco. Que infância sem fantasia seria essa? Por isso comprei.


E o que me resta? Balinhas coloridas, amassadas, sem graça, nem gosto - pelo menos são assim as que eu costumo engolir.