segunda-feira, 28 de abril de 2008

Meio quarto de século


Hoje tem festa do outro lado do Atlântico.
E pelo que soube, Portugal tremeu durante as comemorações.
Por aqui uma homenagem para Nanda, que completa 25 aninhos (espalhei que tá velha).
Saudades dos papos malucos, dos livros trocados, da batata inglesa, das noites de conversa olhando estrelas no teto, do cão roncando, dos porres, das ressacas e da companheira.
Parabéns!

Sobre a amizade:
- Mas não seria natural
- Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem
- Natural é encontrar. Natural é perder.
- Linhas paralelas se econtram no infinito
- O infinito não acaba. O infinito é nunca
- Ou sempre.
CAIO FERNANDO DE ABREU

domingo, 27 de abril de 2008

Sem comentários


Acabei de chegar do espetáculo "Não sobre o amor".
É a melhor peça treatral que já vi.
Sem comentários!
Meus 2,3 leitores brasileiros deveriam assisitir.
Está em cartaz no CCBB, no Rio de Janeiro

"Um estrangeiro é aquele cujo amor está em outro lugar"

"É fácil ser cruel. Basta não amar".


"Ao escrever, não fale sobre o quanto, quanto, quanto, quanto me ama. No segundo quanto já estou pensando em outra coisa"

VICTOR SHKLOVSKY

Salve Jorge!

Depois de cinco anos sem fazer shows no Rio, ele voltou. Seu Jorge na Fundição Progresso. Lógico que não poderia perder.




Parece coincidência, terminei de ler a biografia do Tim Maia ontem e logo depois parti para o show que arrastou uma multidão (nunca vi a Fundição tão cheia). Cheia de pessoas diferentes, da patricinha ao bicho grilo, da zona note à zona sul, dava de tudo!
Como vale tudo, vale a comparação: assim como Tim Maia, Seu Jorge é eclético e sabe fazer um bailão! Não tem como ficar parado com as suas músicas. E aquela voz grave? putz! Não tem como não reconhecer.

A pista ainda estava vazia, quando ele subiu ao palco e apresentou o show de abertura. Foi só ele aparecer e "bombou". Aí entrou Gabriel Moura (também ex-farofa carioca. Não confudam. Ele parece com Seu Jorge, mas não é! rs). Uma ou outra música legal. Só esquentou mesmo a galera uma sobre a nega (maconha) e os velhos hits do Farofa. Aí sim, o baile ficou uma uva, como ele gritou. Pensei que Seu Jorge iria entrar fazer uma participação e continuar com o show, mas não! Um intervalo interminável começou e a pista enchendo. A galera só não vaiou porque o DJ era bom e soube conter os ânimos.

Aí logo depois aparece Jorge e sua "Carol", para o delírio da galera! O público também arrebentou e o carioca estava emocionado. Simpático, falando com a galera e sem reclamar dos inúmeros erros de som ele se distanciava de Tim. Mas o reencontrava quando pedia uma cerva ou cachaça e apareceu no palco fumando ... calma, um cigarro.

Cheio de participações especiais o show não poderia ser melhor! Começou com Teresa Cristina, que só não deu um show porque o som estava ruim. Sim, todos os microfones dos convidados estavam uma bosta. Coitado do Leandro Sapucahy, ninguém ouviu a voz dele. Só a cuíca. Mas ele não se deu por satisfeito e voltou ao palco várias vezes. Queria era aparecer e divulgar o show de lançamento do DVD.
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Lógico, a parte que mais emocionou foi "São Gonça", com Nosso Jorge solando com só com as palmas da galera. Fudido! (desculpem o palavrão, mas o blog é meu e não devo nada pra ninguém... quer dizer, final do mês estou devendo ao banco e a cantina do trabalho, mas isso dou um jeito)

E terminou apoteótico, com a bateria (muito pequena) da Mangueira!
Final de noite, pernas cansadas, voz rouca. Com certeza um dos melhores shows que já vi! Quarenta reais muito bem gastos.

Extra! Extra!!

Eu sei, eu sei ... estou em dívida com o blog para variar. Mas é que o feriado foi frenético e estava recarregando a bateria.
Bem, nesse tempo, notícias bizarras invadiram o Brasil. Claro, não posso deixar de comentar aqui. Principlamente porque 3,2 dos meus leitores estão morando fora. Isso mesmo rapaziada. Esse blog é conhecido no mundo inteiro e no exterior (rs)
Então vamos lá!

PLANTÃO DO CABEÇA
1) Um padre, super cool resolver inovar e chegar mais perto de Deus. Pendura-se em mais de mil bolas de festa e vai dar um passeio. Detalhe, não era a primeira vez. Tudo bem, se não tivesse caindo um temporal. A repórter (por isso que adoro jornalistas) ainda perguntou: "Não é teimosia sua voar nessa chuva?" Até aeroportos fecharam naquele dia. Com a negativa ele subiu, subiu, subiu e sumiu! Até agora nada. A essa altura deve estar bem lá em cima, conversando com Deus. Na boa, eu sei que é tragédia, mas não pude conter algumas risadas. Ainda mais quando noticiaram que ele levou um GPS, mas não sabia usar. Tá legal ... o manual de instruções deve ter ficado em frangalhos com a chuva. Até minha tia, a mais fervorosa dos católicas achou um absurdo. Vai entender!

2) Terremoto no Brasil! Já não bastava a dengue? Eu juro dessa vez não fui eu!! É que quando aconteceu o Tsunami eu estava em Cabo Frio e mergulhei de cabeça. Quando chegamos em casa, vimos a notícia. Meus amigos acreditam que foi o impacto na orla brasileira que chegou lá do outro lado. Minha psicóloga disse que não preciso me sentir culpado. Foi mau ...





3) Sarah Shiva (sei lá se é assim que se escreve), mais conhecida como filha da Baby Consuelo, está sete anos em abstinência sexual. Isso mesmo ... foi manchetes de jornal!
Depois de declarar que era ninfomaníca, que já fez orgias e coisas e talz (tenho medo. rs), ela se converteu! Disse que sentiu Jesus entrando nela (é verdade, não tô inventando) e resolveu segui-lo. Está sete anos sem sexo e sem beijo na boca! Só vai beijar no altar, mas por enquanto ela está casada com jesus. Com todo respeito, que jesus é esse? Até minha tia, viúva há anos e como já disse fervorosa católica, quer conhecer.




4) Ainda no ramo sexual, continuamos no nosso informativo: Angêla Bismarchi vai fazer uma cirurgia de reconstituição do hímem. Tudo para agradar o novo marido! (imaginem como deveria estar a situação ... rs). Tudo bem, mas o pior da notícia ainda está por vir. O espetacular programa, Superpop, da nossa ídola Lucina Gimenez vai cobrir a operação. Parece que ao vivo! Essa eu vou ter que conferir.


5) Continuo sexual! Imaginem vocês, o Cumpadi Washington, do famoso grupo "É o tchan" vai estrelar um filme pornô! Pergunta que não quer calar: quem vai assistir? rs

E não pára por aí ...



6) E a última que não podia faltar: "Carla Perez brigou com Kelly Key"!!!
Quem poderá salvar a música popular brasileira?
Desculpa ... não tenho mais forças para continuar este post. Meu mundo caiu!

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Fui ao inferno por R$3

Senhores,
não acreditava na existência do ser maligno, muito menos em que as almas queimavam no fogo do inferno. Mas, mudei de opinião depois conheci o lugar na última sexta e só não abracei o capeta porque ele não quis.

Como não poderia deixar de fazer, irei dividir minha experiência espiritual com vocês.




"O inferno é simples e fácil de se achar. Difícil é encontrar o céu, meu amigo. Lá estava ele, lógico no Rio de Janeiro, subindo a ladeira da Lapa, bem embaixo do último arco. Com placas para todo mundo ver e com preço bem acessível: R$3 homens e mulher de graça até meia-noite, depois R$1 (na minha teoria as mulheres são mais pecadoras, por isso merecem preço vip). Logo na entrada você é marcado, tomado como se fosse um deles. Após pagar, uma pessoa grande, feia e ameassadora pede seu pulso (que ainda pulsa) e carimba, algo que não dá nem para ler (devia estar escrito na língua dos nativos). Como disse, o local é simples e não conta com as verbas do céu, por isso após marcado como bois você é obrigado a entrar por uma cortina feita de uma canga rasgada. O som já era aterrozinte e ao entrar ... fiquei cego. Devia ser um sinal de Deus, pois meus óculos embaçaram e eu não via mais nada. Mas para um aventureiro isso não seria um empecilho. Tirei meus óculos e tive a primeira visão do local: tudo escuro, ao meu lado uma mulher (muito feia) se agachava, enquanto a outra (não dava pra ver o rosto) escondia suas mãos por entre a saia da amiga, cercada por um grupo de homens. Vi que teríamos fortes emoções. Logo percebi que além do carimbo no pulso, os moradores da terra do fogo tinham algo em comum, o uniforme. E não era Prada. Todos sem blusa (as poucas e feias mulheres quase sem também), com a calça jeans caindo e um boné. As mulheres, como em muitas religião, usavam saias, mas como castigo de satanás eram desprovidas de beleza. Quando fiz primeira comunhão, me disseram que o inferno tinha cheiro de enxofre. Descobri que não! O cheiro era mesmo de CC, misturado com cerveja e uma fumaça infernal. Lá todos fazem coreografias e outros se agarram pelos cantos escuros, o que seria bom se você não ficasse com medo de tentar conversar com alguma pessoa. Tentar, porque o som não deixa você escutar nem seus pensamentos. Um amigo que me acompanha, já bêbado, tentou abraçar o capeta, mas sem sucesso. Eu fiquei com medo de levar facada ou ser expulso para um lugar ainda pior. Rodamos segurando a carteira e olhando aquele local. Logo percebi que a promoção era para atrair mulheres, porque lotado de homens pecadores, algumas pobres tinham que entrar para tentar acalmar as almas. Procuramos um pouco de claridade, fomos para perto da canga e corremos para fora. Um alívio do calor. E logo fomos avisados: é só não tirar o carimbo que podem voltar. É ... o diabo é bem hospitaleiro."


Saímos em direção ao posto, onde um carro tocava música gospel (coisas da Lapa), mas não encontramos o céu naquela noite. Esse é mais difícil de achar.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Verdade ou mentira


Falando em chuchu ....

Uma vez me disseram que as cerejas dos bolos de padarias eram na verdade CHUCHU.
Como o legume é sem gosto, eles fazem uma bola, colocam açúcar e e corante vermelho.
Bem, não sei se é verdade, mas que as cerejas são sem gosto são. E que os chuchus também, isso ninguém discorda!

Então, 4,17 leitores, isso é uma lenda?

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Hum ... que chuchu

Família é mesmo uma coisa engraçada.


De repente abri os olhos e a gritaria tomava conta da minha casa e do meu quarto.
Putz!?! Domingão, friozinho de Friburgo, cobertas, cama, quarto escuro ... e meus pais gritando!
Não, não era uma briga conjugal, era o nascimento. Sim, o nascimento do chuchu.
Faz tempo, minha tia "jogou uma semente no meu quintal, de repente brotou um tremendo matagal". Era um pé de chuchu que se enroscava na escada lá de casa.
Cresceu, cresceu e deu o primeiro fruto e também o primeiro escândalo na manhã de domingo em que eu deveria estar dormindo.

Foi uma tal de acende a luz e: olha que bonitinho ... tá grande, né ... sem agrotóxico ... e tá fora de época. E eu lá, acordado apreciando o chuchu. Acabou a euforia e foram ver se achavam outros. Dormi, em paz.

Como de costume, acordei na hora do almoço. E qual era o prato? (vale um chuchu pra quem acertar) Sim ele e outro irmão ... cozidos. Na boa, nem gosto muito de chuchu, mas tive que provar. E o mais engraçado eram os comentários: "Nunca comi um chuchu tão gostoso","Nem tem gosto de agrotóxico", "Tá uma delícia", "Sente o sabor" ... entre outras pérolas.

Pensei que tava sonhando, porque na moral: CHUCHU NÃO TEM GOSTO. É tudo igual, e assim também era o chuchu lá de casa. Tinha que rir, não podia decepcioná-los e falar mal do chuchu de casa. Restou continuar comendo e ouvindo meus pais falando dos próximos passos: fazer um suflê de chuchu, camarão com chuchu, chuchu com carne seca ...

Haja chuchu!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Meus novos dez mandamentos


Se Moisés fez os dele também posso fazer os meus.
Depois dos mandamentos tchomenos, esses seguirei à risca

1- Viva para descansar
2- Ame sua cama, ela é seu templo
3- Se vir alguém descansando, ajude
4- Descanse de dia para dormir a noite ou para sair a noite
5- O trabalho é sagrado, por isso, não toque nele
6- Nunca faça amanha, o que você pode fazer depois
7- Trabalhe menos possível, o que tiver para ser feito deixe que outra pessoa o faça
8- Calma ... nunca ninguém morreu por descansar
9- Quando sentir desejo de trabalhar, sente-se e espere porque ele passe
10- Não se esqueça trabalho é saúde, então deixe para os doentes.

Quem diria

Caraca ...
Para não comer estou gastando mais dinheiro do que comento. Impressionante!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Diário de um quase morto

Não, isso aqui não vai virar o diário de um gordinho. Não vou ficar narrando aqui minhas peripécias na academia, nem a crises de abstinência da dieta. Mas tenho que contar o que aconteceu hoje.


Fui todo animado para fazer minha avaliação funcional e pegar minha série. Cheguei lá e começa, mede daqui, pesa daqui, aperta aqui até que na tela do computador o professor foi me explicar:

"Sua situação é crítica. Você está fora do peso, sendetário e ainda bebe. Tem histórico de diabetes na família e lesões em partes importantes do corpo. Seu percentual de gordura está elevadíssimo. Pior, o percentual de gordura da cintura está no nível que pode te levar a ter problemas cardíacos, como o infarto. Sua massa muscular é pouca e você apresenta muitos problemas de postura. Sua coluna está em S. Tem escoliose lombar, ombros arqueados, cabeça projetada a frente."

Depois desse discurso que me fez sentir a pior merda do mundo esperava um apoio ou incentivo, mas só veio "Você tem que reverter esse quadro. Nos vemos daqui a dois meses" e ponto final!
Me senti naquela música do Titãs "o pulso ainda pulsa" rs. Pro azar dele eu ainda tô vivo.

Saí de lá quase chorando (rs), pensando que estava estragado e que iria morrer dentro em breve.
Pedi um lanche na cantina e voltei a trabalhar. Amanhã tenho nutricionista. Só Deus sabe o que será.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Dia da mentira

Apesar de ser 1º de abril, não é mentira ...
hoje comecei na academia, fiz 30 minutos de esteira! rs
*João Cabral de Mello Neto
O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato.
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço.
O amor comeu meus cartões de visita.
O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
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O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas.
O amor comeu metros e metros de gravatas.
O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus.
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O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas.
Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X.
Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.
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O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia.
Comeu em meus livros de prosa as citações em verso.
Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
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Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete.
Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.
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O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas.
Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
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O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. .
Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas.
Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam.
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Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta.
Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão.
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Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte

Cálculo

Segunda-feira: primeiro dia de academia. Avaliação funcional.
Cheguei atrasado, o professor foi embora.

Terça-feira: segundo dia de academia.
Atraso de 10 minutos. Nada de avaliação

Resultado: 2 dias de malhação, 2 dias perdidos