quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Na ativa




"Eu voltei, voltei para ficar.
Porque aqui, aqui é o meu lugar"

Raros e nobres leitores, estava fora uns dias, enchendo a cara, viajando e trabalhando.
É! Pode parecer esquisito, mas às vezes é bom trabalhar.
Nesse meio tempo até meu irmão casou.

Nos intervalos dessa confusão umas sessões de cinema.
Festival do Rio muito bom. Deu pra curtir legal.
Acho que estou mesmo na onda de relembrar o passado.

Vi dois filmes fodas.
Um sem comentários, a "Ópera do Mallandro". É com dois L's mesmo, porque é uma sátira da peça do Chico Buarque com as músicas do nosso querido Sérgio Mallandro.
Bilu, bilu tetéia pra lá, salsi fufu pra cá, Michael Jackson, porta dos desesperados, Vovó Mafalda, Bozo e Fofão. Quinze minutos de pura rizada nesse brilhante filme produzido pelo Lázaro Ramos, com narração do seu parceiro Wagner Moura. (caso contrário, era pirata).
O curta, ambientado nos anos 80, conta a história de um garoto (o mesmo de "O ano em que meus pais sairam de férias") que está em recuperação e tem 15 minutos pra entregar uma redação. Uma viagem louca na cabeça da criança. Criatividade e piração!
Quisera eu ter dinheiro pra fazer uns filmes assim.

O outro foi " Branca de neve - a seqüência". A continuação da história, mas de forma sátira e pornô. O príncipe (gay) tinha que comer todas as princesas que encontrava. Um verdadeiro castigo da fada madrinha que tinha um baita tesão enrustido por ele. Pra dar o tom, a chapeuzinho vermelho era uma lolita safada, os anões um bando de punheteiro e a Fera (da Bela e a Fera) o mais dotado da história. Pra variar tudo acaba em putaria, numa festa de swing com todos os personagens peladões. A fada madrinha tira o atraso e todos têm um final feliz.

Tirando as comédias e safadezas também fui ver filmes sérios.
Um documentário sobre o Che Guevara. "Personal Che", percorreu diversos países e mostrou a representação desse ídolo. Deus em umas nações, assassino em outras e moda em todas. É foda viver numa cultura em que tudo vira produto pra massa.

O último filme que vi fechou com chave de ouro essa maratona cinematográfica.
"Jogo de cena" é o mais novo documentário de Eduardo Coutinho. Eu já achava o homem foda. Agora com esse último filme tenho que tirar o chapéu. Simples, criativo, emocionante e engraçado. Ele colocou um anúncio no jornal chamando mulheres que gostariam de contar suas histórias de vida. Entrevistou todas e tabém chamou atrizes para interpretá-las. Atrizes conhecidas, como Fernanda Torres, Marília Pera e Andrea Beltrão, e também desconhecidas.
Cara, fiquei perdido. Num sabia o que era verdade e mentira às vezes. As atrizes falaram da dificuldade de interpretar. Histórias tristes, engraçadas, dramas da vida pessoal. Tudo isso ambientado em um antigo teatro, com cadeiras vermelhas, completamente vazio. Um verdadeiro jogo de cena. Vale a pena ver quando entrar em circuito.

Ah, teve outro, mas esse nem vale a pena comentar.
Desculpe Martinho da Vila, mas ao contrário de você, não vou bater palma pra doido dançar.

Bem, o festival passou. Agora rola uma segunda chance no Odeon. Mas também começou o Riocenacontenporranea. Por falta de opções culturais o Rio não morre.
Tem é que ter fôlego e dinheiro pra acompanhar.
Fôlego eu tenho, parei de fumar. Agora dinheiro ... isso são outros quinhetos (quer dizer, nem isso).

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